Projeto Gênero, feminismos e poder no Sul-Sul: traçando diálogos entre Brasil e Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (1992-2023).
Projeto Africanas pesquisa sobre gênero, feminismos e poder no Sul-Sul, com foco nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
O projeto Africanas – Gênero, feminismos e poder no Sul-Sul: traçando diálogos entre Brasil e Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (1992-2023) busca compreender as dinâmicas históricas dos movimentos de mulheres e feministas no Brasil e nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), com foco em suas lutas pela igualdade de gênero nos espaços de poder e decisão. A pesquisa traça paralelos entre as experiências das lutas anticoloniais nos PALOP e de resistência a regimes autoritários no Cone Sul, buscando promover diálogos entre feminismos latino-americanos e africanos.
Este projeto é realizada junto ao Laboratório de Estudos de Gênero e História e ao Instituto de Estudo de Gênero pela Pós-Doutoranda e bolsista do CNPQ Vera Gasparetto, do Programa de Pós Graduação Interdisciplinar (PPGICH/UFSC) e pela graduanda em História/UFSC e bolsista PIBIC, Veronika Leyes Decker, com a supervisão da professora Joana Maria Pedro (PPGH e PPGICH/UFSC). A arte do projeto foi criada pela estudante de Design/UFSC, Emily Celiberti.
A pesquisa utiliza levantamento bibliográfico, análise de documentos e legislações dos PALOP e do Brasil, entrevistas e revisão de literatura sobre Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. O objetivo é observar como as dinâmicas históricas dos movimentos de mulheres e feministas na busca por igualdade de gênero nos espaços de poder e decisão nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e no Brasil se aproximam e se distanciam, considerando o período de 1992 a 2023.
Com isso, visa articular uma correlação com o Brasil, buscando pontes entre os feminismos latino-americanos e africanos, destacando as lutas comuns das mulheres em contextos históricos marcados pela resistência a regimes autoritários (como as ditaduras no Cone Sul) e pelas lutas armadas de libertação nacional (anticolonialismo), além dos desafios para construir democracia e alcançar paridade na participação política.
Entre os objetivos da pesquisa está a verificação dos movimentos, organizações e lideranças que historicamente atuaram na promoção da igualdade de gênero nos espaços de poder e decisão nos PALOP e no Brasil, o mapeamento das agendas de políticas públicas que promovem a política de cotas, a paridade e a participação das mulheres nesses espaços de poder e decisão.
Além da pesquisa, o projeto prevê um conjunto de ações de ensino e extensão, conforme listado a seguir:
- Levantamento de informações acerca da participação política das mulheres nos PALOP e no Brasil.
- Levantamento da legislação acerca de cotas, paridade e participação das mulheres nos espaços de poder e decisão nos PALOP e Brasil.
- Entrevistas com atrizes políticas (parlamentares, integrantes de executivos, lideranças nacionais).
- Transcrições das entrevistas e revisão.
- Difusão dos conhecimentos em ensino.
- Inclusão das entrevistas no repositório do Laboratório de Estudos de Gênero e História.
A seguir, apresenta-se uma relação das entrevistas submetidas ao Repositório do LEGH/UFSC, incluindo os respectivos entrevistados, local e data de realização, além dos principais temas abordados:
1. Ximena Andrade – Maputo, Moçambique (2022) | Temas: Ditaduras no Cone Sul, decolonialidade, estudos de gênero, trajetórias de vida.- Yussuf Adam – Maputo, Moçambique (2022) | Temas: História de Maputo e Moçambique, África, colonialismo.
- Teresa Cruz e Silva – Maputo, Moçambique (2017) | Temas: Ciências Sociais, trajetórias, CEA UEM.
- Suzete Marques – Maputo, Moçambique (2022) | Temas: Marcha das Mulheres, direitos das mulheres em África e internacionalmente.
- Sol Macie – Maputo, Moçambique (2022) | Temas: Gênero, ativismo, mulher moçambicana.
- Orlando Nipassa – Maputo, Moçambique (2022) | Temas: Financiamento acadêmico, influências externas em Moçambique, ajuda ao desenvolvimento.
- Nzira de Deus – Maputo, Moçambique (2017) | Temas: Fórum Mulher, direitos das mulheres.
- Marta Mendonça – Maputo, Moçambique (2022) | Temas: Mestrado em Gênero na UEM, iniciativas para a educação feminina, financiamento estudantil externo.
- Marilú Mapengo Námoda – Maputo, Moçambique (2021) | Temas: Igualdade de gênero, ativismo, trajetórias.
- Maria José Arthur – Maputo, Moçambique (2022) | Temas: Estudos de Gênero em Moçambique, WLSA, CEA UEM.
- Margarida Paulo – Maputo, Moçambique (2022) | Temas: Campo de estudo de gênero em Moçambique, saúde pública.
- Frank Lileza e Francelino Zeute (LAMBDA) – Maputo, Moçambique (2017) | Temas: Direitos LGBTQIAPN+, sexualidade em Moçambique.
- Isabel Casimiro – Maputo, Moçambique (2018) | Temas: Trajetória de vida, estudos de gênero em Moçambique, FRELIMO.
- Graça Samo – Maputo, Moçambique (2017) | Temas: Marcha Mundial das Mulheres, Fórum Mulher Moçambique.
- Gilberto Macuacua – Maputo, Moçambique (2022) | Temas: Igualdade de gênero, masculinidades, sexualidades, padrões de gênero.
- Fidelia Panguane – Maputo, Moçambique (2023) | Temas: Liderança feminina em Moçambique, coletivos de mulheres, direitos das mulheres.
17. Maria Luísa Garcia – Angola (2025) | Temas: Participação Feminina na política em Angola, coletivos de mulheres e direitos das mulheres.
Palavras-chave: Mulheres, PALOP, feminismos, memórias, protagonismo, Cone Sul.